Noite de julho fria e chuvosa na 1ª Capital, muy leal e patriótica Piratini. Frio, fogo e vinho... Redescubro a cada gole o perfeito “casamento” desses três elementos; parece que foram criados para serem unidos, e quem sabe, com o provável intuito de tornar mais agradável as nostálgicas noites frias nos interiores do sul brasileiro, frios interiores que aos silêncios das horas, a beira de um fogo qualquer, nossos mais profundos e intensos sentimentos deságuam da casa grande do coração, ganhando forma e vida no pensamento e lejos se vão.
Ah estes pensamentos... Às vezes frios como as noites, outras tantas ardentes e calientes como o fogo, por outras um fermentado do todo, a muito guardado agradável como o vinho, fazendo com que valham a pena serem pensados.
O frio no sul do meu país pode até arrepiar a alma dos homens que encilham mais cedo- como já li um desses dias por aí- e por saber bem, digo-lhes companheiros, talvez seja pior, para estes, que assim como eu, andam por aí, ao acaso... "Pero, és mas florido todo el camiño que hay viño" isso a vida ensinou-me e "nunca olvidaré", pois há coisas que merecem ser esquecidas e a alma insiste em trazer a tona, então devemos tornar sim o bom do vinho inesquecível.
Deixar que esses pensamentos nos conduzam ao imaginário talvez nunca alcançado- é bom, é ruim?
Não cabe a mim a resposta. Pela razão é inaceitável, pela emoção inevitável, incontrolável...
Lua cheia, julho de 2012.