Alma de Galpón

Andressa Luçardo Bueno

sábado, 13 de agosto de 2011

Pai

Hoje véspera do dia dos pais, venho escrever algumas simples, porém, honestas e sinceras palavras para homenagear aquela pessoa que para mim todos os dias está de parabéns, o meu Pai, a pessoa que tenho como a  mais importante da minha vida. Não me canso de dizer o quanto amo este Homem, às vezes chego a ser até chata e meus amigos dizem, “a Andressa é a mais puxa saco do pai que eu já vi...” E como eu me orgulho de ser “a Guria do Zé Haroldo”.
Sei que às vezes nos desentendemos nos falamos coisas desagradáveis e que muitas vezes acabam magoando muito, mas qual Pai & Filha que se amam, nunca discutiram?!. Não sei o que seria de mim sem Ele. Como gosto de ouvi-lo contar das suas gauchadas, caçadas, rodeios e tudo mais... Muitas das coisas que faço em minha vida me espelho nele, por admirar muito este Homem que veio de uma família pobre e humilde, mas nunca esqueceu o significado da palavras dignidade e honestidade e soube como nenhum outro passar isso para seus filhos. Às vezes me pergunto, como este Homem que nunca teve a presença de um pai em sua vida sabe ser o melhor Pai do mundo.?!
 Gracias pelos vários conselhos que já me deu e segues me dando, tem vezes não gosto muito, mas depois de 5 minutos no máximo eu entendo que só queres meu bem, meu querido PAI!

“A Lição número 1 eu aprendi com meu pai, quem não sabe pra onde vai não vai a lugar nenhum...”



quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Se Um Dos Meus Bota Um Pealo, Pode Deixar Que Eu Aperto...

Manhã ensolarada do mês de agosto na aqui na 1ª Capital, e me encontro aqui, fazendo um costado pra minha hermazita Nega Lu. Entre um mate e outro, conversamos sobre diversos assuntos e miramos algumas fotografias que nos fazem rir um pouco, e outras em que a nostalgia daquele dia se achega despacito. E penso assim, creio que ela também, quantas coisas já fizemos, quantos momentos já compartilhamos, momentos estes que muitas vezes não foram dos mais agradáveis, mas, sempre quando a outra precisava uma estava ali pra fazer um costado.
Então com a cambona pela metade e o mate já “meia-boca”, começo a pensar, como nós seres humanos, aqueles que a ciência chama de “seres racionais” e que muitas vezes são mais irracionais que meus cavalos, precisamos uns dos outros para ser felizes, e como a presença dos amigos de verdade, aqueles que consideramos irmãos que a vida nos dá o regalo de poder escolher, é de extrema importância em nossa vida. Estes estão presentes sempre, tanto na maior junção pra azarar até a “mãe do badanha”, quanto nas horas mais amargas e complicadas em que às vezes nos encontramos.
Tem vezes que nos magoamos, discutimos, nos desentendemos, brigamos, xingamos, mas nesse caso digo-lhes... Perdoar é preciso, e estes, nossos irmãos escolhidos por nós mesmos, merecem perdão!
Bueno, e  agora, com o mate lavado, sofrenando a nostalgia de alguns momentos que meu coração e memória insistem em recordar com felicidade, meu eu me interroga aqui dentro, é possível viver sem amigos? E ai vem a resposta instantânea, “pra mim, seria impossível.”
E viro o mate lhes dizendo... Para aqueles que me tem como amiga, digo-lhes... Contem sempre comigo!

Se um dos meus bota um pealo, pode deixar que eu aperto... ♪ ♫


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Ainda Esses Dias


Quando paro pra pensar no que já vivi, me sinto voltar a um passado não muito distante, me sinto novamente criança, quando, praticamente todos os finais de semana o 3º distrito de Piratini me esperava de porteiras abertas e a tostada velha piqueteira já conhecia meu chamado e vinha comer no cocho que sacudia campo à fora, que muitas das vezes era cheio de pedras, e me aproveitando de sua mansidão lhe embuçalava e saia em pêlo mesmo, a saludar os visinhos dali. Lembro também que quando chegava a tardezinha, atiçava os dois ovelheiros das confianças de minha avó e eles com uma precisão que lhes falo, traziam as vacas de leite pra mangueira como se tivessem sido treinados para isso.
Essas coisas têm um valor sentimental tão significativo pra mim que às vezes quando recordo lhes digo sem vergonha alguma, me emociono... Como era bom esse tempo em que eu era apenas uma garotinha, não precisa lidar com as controversas diárias que hoje atormentam meus pensamentos, a minha única e exclusiva responsabilidade era com a escola, que hoje digo, “como naquele tempo era fácil”; meu coração era puro e não tivera sido ferido nunca, e hoje, têm feridas que jamais irão cicatrizar me deixando, talvez, uma pessoa mais fria e rude em meus relacionamentos e que muitas vezes, ou na maior parte age pela razão e deixa de lado suas próprias emoções. Mas isso também não quer dizer que ainda não reste uma parte doce e delicada aqui dentro, mas se deve saber por que lado chegar.
Bom, como dizem... Recordar é viver! E sentir saudades é uma prova de que esse meu passado não muito distante valeu a pena, valeu muito a pena.

“Soy lo que soy, siempre llevo lo que fui...”


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

E é “Lá Fora”, Que Eu Me Encontro Aqui Dentro

Bueno, com este título que creio eu, muitos irão se identificar que venho hoje escrever o primeiro texto do Alma de Galpón que agora passa ser o lugar onde irei compartilhar algumas coisas “ minhas” com aqueles que quiserem acompanhar.
Na semana passada fiz uma das coisas que mais me gustam, desliguei-me de algumas comodidades que a cidade a tecnologia me proporcionam e fui passar alguns dias pelo interior da campanha, quando digo isso me refiro ao campo. E digo-lhes, é incrível o quanto o ar do campo, o cheiro do suor dos cavalos e do mato faz bem a uma “Pequeña Flor Campeira”. Tive dias de luxo, sem ter a metade das regalias que a casa da vovó e a vida na “vila” me dão.
Acordava cedito, e já ia cevando um mate e me achegando pra beira da lareira que ficava no centro de um galpão, e ali, posso lhes dizer, tinha como descrever a verdadeira “Alma de un Galpón”. Enquanto mateava e aquecia até a alma na beira daquele fogo mirava lejos e podia ver a cordeirada quase encarangando, os terneiros que ainda cedo foram apartados de suas mães se criando naqueles descampados entre um banhado e outro, como era lindo de se ver os tarrãs, as garças, os joão-grandes habitando aquele espaço que tem eles e somente eles como verdadeiros donos, sem falar nas horas em que os bandos de capincho ligeiramente apareciam e mais ligeiro ainda se atiravam no banhado ao avistar um indivíduo.
Isto é o que realmente me encanta e me atrai...
É incrível como a simplicidade e ingenuidade do campo me acolhem tão bem, acho que o meu lugar é lá.
Me fez bem conhecer um pouco do interior da cidade de Rio Grande.
E por hoje é só, termino com o trecho de uma composição daquele que com suas palavras, miutas vezes faz sentir-me “lá fora”...
“...Quem nasceu para ser perro,
Cimarrón cresce e caminha...
Pelo ouriçado de tempo
Com cicatrizes da rinha
Já que o rigor me rengueia
E ando longe do estrivo
Vou encerrar-me no canto
Onde adormeço inda vivo...”
Feito Alpargata- Lisandro Amaral