Alma de Galpón

Andressa Luçardo Bueno

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Ainda Esses Dias


Quando paro pra pensar no que já vivi, me sinto voltar a um passado não muito distante, me sinto novamente criança, quando, praticamente todos os finais de semana o 3º distrito de Piratini me esperava de porteiras abertas e a tostada velha piqueteira já conhecia meu chamado e vinha comer no cocho que sacudia campo à fora, que muitas das vezes era cheio de pedras, e me aproveitando de sua mansidão lhe embuçalava e saia em pêlo mesmo, a saludar os visinhos dali. Lembro também que quando chegava a tardezinha, atiçava os dois ovelheiros das confianças de minha avó e eles com uma precisão que lhes falo, traziam as vacas de leite pra mangueira como se tivessem sido treinados para isso.
Essas coisas têm um valor sentimental tão significativo pra mim que às vezes quando recordo lhes digo sem vergonha alguma, me emociono... Como era bom esse tempo em que eu era apenas uma garotinha, não precisa lidar com as controversas diárias que hoje atormentam meus pensamentos, a minha única e exclusiva responsabilidade era com a escola, que hoje digo, “como naquele tempo era fácil”; meu coração era puro e não tivera sido ferido nunca, e hoje, têm feridas que jamais irão cicatrizar me deixando, talvez, uma pessoa mais fria e rude em meus relacionamentos e que muitas vezes, ou na maior parte age pela razão e deixa de lado suas próprias emoções. Mas isso também não quer dizer que ainda não reste uma parte doce e delicada aqui dentro, mas se deve saber por que lado chegar.
Bom, como dizem... Recordar é viver! E sentir saudades é uma prova de que esse meu passado não muito distante valeu a pena, valeu muito a pena.

“Soy lo que soy, siempre llevo lo que fui...”


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